O fato de não poder engravidar, me deixou louca, só pensava
nisso, só via mulheres gravidas, e sentia inveja de pessoas que chegavam perto
de mim e falavam que essa ou aquela pessoa estava gravida. Que sentimento
ridículo e egoísta, mas eu senti inveja mesmo, pensava que eu poderia estar
gravida, que eu poderia dar um filho ao meu marido, como uma pessoa normal.
Uma
amiga minha do serviço um dia chegou e disse que a cunhada dela estava grávida,
fiquei super triste e fui ao banheiro chorar, chorei tanto e depois chorei por
estar sentindo aquilo, pedi perdão a Deus por ser egoísta desse jeito. Posso
ser mãe de outras formas, mãe de coração.
Que coisa estranha, como nunca quis
ser mãe, no momento que o médico disse que eu não conseguiria engravidar devido
aos remédios que vou tomar depois do transplante, fiquei tranquila, mas depois
deu uma sensação de impotência, incapacidade, inutilidade. Enfiei na cabeça que
agora eu queria ser mãe de todo jeito, mesmo que para isso eu arriscaria minha
vida. Foi então que minhas lindas irmãs me ofereceram um lindo presente,
emprestar a barriga delas para gerar meu filho com o Re. Isso me emocionou
tanto, mas ao mesmo tempo me entristeceu, porque eu quero ver minha barriga
crescer, quero sentir um bebe dentro de mim mexendo, amamentar.
Você não querer
ser mãe é uma coisa, agora você não poder ser, é outra totalmente diferente e
isso mexeu muito comigo.
Pensei na possibilidade de adoção, fui
até a vara de infância e marquei horário para reunião de adoção, que é o
primeiro passo. Todos falaram para eu esperar, para depois do transplante, mas
não, eu quero e quero agora. Conclusão, no dia da reunião, acabei me enrolando
no serviço, cheguei atrasada e não deixaram a gente entrar, logico que o Renato
ficou puto da vida comigo. Ele sempre participando das minhas insanidades. A
moça do juizado viu meu desespero e veio falar comigo, dizendo que
Deus escreve certo por linhas tortas e que talvez o atraso tenha acontecido
justamente porque aquele não seria o melhor momento para eu adotar uma criança.
Nossa, deu um arrepio em mim quando a moça me disse aquilo e cai na real,
realmente não tenho condições de ter um filho agora, porque farei uma cirurgia
de grande risco e depois vou precisar de cuidados, como cuidarei de um filho?
Claro que minha mãe, meu marido, minhas irmãs e algumas amigas, falaram que agora não era hora de eu pensar em adoção, e é claro que eu ignorei
tudo que me falaram. Quando eu quero, eu quero AGORA!
De toda forma, isso me fez pensar na adoção e decidimos,
quando tudo isso passar, adotar um bebe, e não vamos escolher nada, será um
presente de Deus para nós. Tantas crianças no mundo que infelizmente foram
abandonadas por vários motivos e não tem uma oportunidade de ter uma família!
Depois dessa decisão, meu médico disse que após dois anos do
transplante, posso tentar engravidar, basta trocar os remédios. Teremos dois
filhos, um do coração e outro da barriga! Tudo tem seu tempo e a hora de acontecer.

AMIGA VOU VER VC AINDA BARRIGUDA VC VAI VER TUDO TEM O TEMPO CERTO beijos amiga te amo simone miranda
ResponderExcluirDeboreta... Vai dar tudo certo, estamos todos torcendo e com pensamento possitivo... Rafa/IQ
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