quarta-feira, 11 de julho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
A importância da família e dos amigos.
Muitas vezes fico na duvida se Deus realmente existe, ai
vejo o mar, o céu, coisas simples do nosso dia a dia e percebo que sem um ser
superior nada disso existiria. Sinto o amor, vejo as maravilhas que Deus me
deu, minha família, marido e amigos maravilhosos, um emprego legal, saúde
(mesmo nessa situação, ele me deu saúde), momentos de plena felicidade, minha
VIDA!
Penso em meus pais, o quanto eles são maravilhosos e o
quanto eu amo eles, minhas irmãs que estão ao meu lado, mesmo com as brigas
normais de toda família, aconteça o que for, elas sempre estarão comigo, ficam
preocupadas, me ligam, me levam pra passear quando estou “depre”, vem em casa
fazer comida em um dia que não estou bem. São coisas pequenas, mas de uma
grandeza sem tamanho pra mim!
Sem falar nas minhas avós, tios (as), primos (as), sobrinhos
(as), amigos (as), pessoas que eu não conheço e recebo alguma oração, gente que
não é da minha família e mesmo assim, pra mim é como se fosse de sangue mesmo.
Não sei o que seria de mim sem todos eles na minha vida.
Todos de alguma forma me apoiam e dão força para seguir nessa
caminhada, mesmo quando tropeço, sempre tem alguém para me levantar.
Agradeço também a Deus por ter me dado à oportunidade de ter
um marido como o Renato, tem coisas que não se fala, mas faço questão de falar.
Não que ele seja perfeito, temos nossos defeitos, nossas brigas, algumas sérias
e outras nem tanto, até mesmo momentos em que pensamos em separação (já passou,
rsrs!). Acredito que todos os casais têm seus altos e baixos, mas o importante
é que depois sempre nos acertamos, conversando, olhando nos olhos e tentando
entender um ao outro. Eu também não sou perfeita, tenho meus erros e admito: não
sou uma pessoa fácil! Mesmo com tudo isso, acredito que nos damos muito bem, e
nesse momento, eu preciso muito dele ao meu lado, e sempre que preciso eu
tenho, até quando falo pra ele sair de perto porque quero ficar sozinha, ele
não sai....é teimoso!!!! Rsrs. Ele me fortalece e está ao meu lado, como
dizemos um ao outro há 8 anos atrás: “na saúde e na doença!!!!”
Meus amigos, esses sem palavras, são nesses momentos que
percebemos quem realmente nos ama e se preocupa, quem realmente está ao nosso
lado. Nas horas boas, você tem muitos amigos, mas os verdadeiros aparecem no
momento de dificuldade, nos momentos de tristeza. Como é bom ser amada e sentir
isso como verdadeiro, sem falsidades, sem querer algo em troca. Nesse momento,
eu não posso oferecer nada, e muitas vezes ofereço meu desespero. Muitas vezes
uma palavra de carinho, uma ligação, um email, um abraço, um sorriso, ou apenas
ficar ao meu lado, sem falar nada, só de corpo presente, já é uma ajuda e
tanto. Tenho uma amiga, uma delas, porque graças a Deus tenho muitas, que sai
da cidade dela, vem na minha casa e fica ao meu lado no sofá, muitas vezes sem
falar nada, apenas ao meu lado. Não
quero citar nomes, mas ela sabe quem é!
Tenho um tio que é muito querido e tenho-o como um segundo
pai, amo ele de paixão, tadinho, ele até passou mal quando fiquei internada.
Tenho outro, que não é meu tio de sangue, é tio do Re, ele é um fofo, sempre
ora por mim e sempre quer saber como estou, pra mim, ele é meu tio de coração!
Meu sogro e meus cunhados são lindos e estão comigo para o
que for, me apoiam em tudo e me ajudam muito, mesmo distantes, sempre estão
presentes!
Meus primos são MARAVILHOSOS, todos, tanto do meu lado
quanto do lado do Re, sempre dão muita força, ligam, manda mensagens, oram por
mim, são perfeitos!
Ninguém é obrigado a escutar minhas lamentações ou choros e
percebi que tenho amigos que jamais imaginei que realmente fosse um amigo de
verdade. Isso é importante para mim, ter eles ao meu lado, sempre me motivando,
escutando minhas lamentações, aguentando minhas grosserias e sempre, sempre ao
meu lado.
Agradeço todos vocês, familiares, amigos queridos e pessoas
que ao menos conheço que estão torcendo por mim, rezando por mim e ao meu lado,
com certeza, se não tivesse vocês, o momento de agora seria muito mais doloroso
e são vocês, cada um de um forma especial e única, que tornam minha vida melhor
e mais feliz!
sexta-feira, 18 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
O Medo da morte
Dê valor as pessoas
enquanto elas estão por perto, saudade não será motivo suficiente para que elas
voltem.
Essa palavra sempre me assustou, mas nunca pensei muito
nisso. Uma das minhas maiores tristezas foi a morte de meu avô, sou apaixonada
pelos meus avôs e tenho minha vozinha aqui comigo, ela é muito linda e quero
estar com ela por muito mais tempo. A única certeza que temos na vida é que
vamos morrer, mas ninguém nunca pensa nisso, só a hora que acontece. Fiquei
arrasada com a morte do meu avô, mas sou egoísta, ele estava muito mal,
sofrendo e Deus tirou todo o sofrimento dele, mas eu o queria comigo. A saudade
é fogo, cada dia maior e dá aperto no coração em pensar que outras pessoas que
eu amo muito um dia não estarão mais aqui.
Além do medo que eu já tinha de perder as pessoas que eu
amo, agora tenho medo de morrer. Convivo com esse sentimento diariamente, desde o dia que
assinei aqueles papeis. Acho que vou morrer na cirurgia, que vou acordar no meio
da cirurgia e sentir eles me cortando, que não vou resistir. Essas loucuras me perseguem. Preciso de uma terapia, bem forte, estou enlouquecendo!!!!!
Fico pensando em deixar tudo pronto, como por exemplo,
funerária, assim meu marido além da dor de me perder (convencida! rsrs), não
tenha mais problemas resolvendo isso de caixão, enterro, essas coisas. Logico
que o Renato acha que surtei de vez, que não vai acontecer nada disso. E eu,
com meus pensamentos idiotas, às vezes penso e não sou tão otimista assim. Esse
é o problema de não ter fé. A fé move montanhas e estou aprendendo duramente
sobre isso.
Não sou de ferro e acho que tenho o direito de chorar, de
surtar, de não querer ver e falar com ninguém. Tem dias que estou assim, são
raros, mas existem! Não é nada bom ficar com esses pensamentos, sinto que logo tudo isso acabará. Não tenho coragem o tempo todo!
Tenho muito MEDO de morrer, mas estou tirando coisas boas
desse meu medo, isso me fortalece e cada dia que passa esse meu medo diminui e
minha fé aumenta!
quinta-feira, 3 de maio de 2012
A Decisão
Na próxima consulta claro que cheguei com mais e mais
perguntas e o Dr. Guilherme deu risada, disse que faço mais perguntas que a
esposa dele, rsrs! Os papeis do transplante estavam prontos, só para eu
assinar. Já fui decidida em aceitar o transplante, li os papeis, tem uma parte
que fala se eu tenho ciência do que pode acontecer e ate mesmo perder a vida. Se você levar ao pé da letra o que diz lá, o que pode acontecer, os efeitos que os remédios pós transplante pode causar, você não faz o transplante.
Fisicamente estou bem, e graças ao bom Deus não sinto dor alguma, descobri ao acaso em um simples exame de rotina. Por esse motivo, acho que é mais difícil aceitar que você tem uma doença cronica e a cura é o transplante. Pra que correr risco? Mas também porque ficar com isso em mim. O conflito me pegou de jeito e para eu não desistir, não pensei muito e apenas assinei os papeis. Fiquei tão nervosa que nem sei quantos papeis assinei, mas que são vários, isso são!!!!
Na hora que assinei tudo tranquilo, mas depois que sai do
medico... ai ai ai, o desespero de novo bateu em minha porta, sabia que estava
fazendo o certo, mas foi muito ruim aquela sensação. Comecei a chorar e a
questionar porque, mesmo sabendo que era o melhor entrei em desespero e foi ai
que percebi que tenho medo de morrer. Minha mãe e o Renato ficaram sem saber o
que fazer e falar, apenas escutei para ter fé e acreditar que tudo vai dar
certo. Não desejo esse sentimento para ninguém, sensação de não poder fazer
nada e achar que acabei de assinar uma sentença de morte!
Engraçado como a vida prega algumas coisas, nunca pensei em
ser doadora de órgãos e hoje preciso de um. Achava que se eu fosse doadora, os
médicos me matariam antes da hora para dar um órgão a uma pessoa que estivesse
precisando mais que eu. Que ignorância! Hoje sei da importância de falarmos em vida
sobre a vontade de ser doador, deixar bem claro isso, porque quem vai decidir
isso é a sua família, e se não souberem da sua vontade, eles podem não aceitar
a doação. Isso é muito importante,
depois que morremos nossos órgãos não tem mais função e se a família aceitar a
doação estará salvando varias vidas. Doem seus órgãos, salve uma vida!!!! Deve
ser ruim, em um momento difícil, de dor, a família aceitar e concordar com isso,
mas essa ação é o verdadeiro amor ao próximo. Falo isso porque hoje sei como
funciona e quantas vidas são salvas por esse ato. Tem tantas pessoas que estão
no hospital sem condição alguma e se não tiverem a solidariedade de uma doação,
logo não estarão mais conosco.
AGORA SOU A MAIS NOVA INTEGRANTE DA FILA DE ESPERA POR UM ORGÃO!
terça-feira, 1 de maio de 2012
Ser mãe
O fato de não poder engravidar, me deixou louca, só pensava
nisso, só via mulheres gravidas, e sentia inveja de pessoas que chegavam perto
de mim e falavam que essa ou aquela pessoa estava gravida. Que sentimento
ridículo e egoísta, mas eu senti inveja mesmo, pensava que eu poderia estar
gravida, que eu poderia dar um filho ao meu marido, como uma pessoa normal.
Uma
amiga minha do serviço um dia chegou e disse que a cunhada dela estava grávida,
fiquei super triste e fui ao banheiro chorar, chorei tanto e depois chorei por
estar sentindo aquilo, pedi perdão a Deus por ser egoísta desse jeito. Posso
ser mãe de outras formas, mãe de coração.
Que coisa estranha, como nunca quis
ser mãe, no momento que o médico disse que eu não conseguiria engravidar devido
aos remédios que vou tomar depois do transplante, fiquei tranquila, mas depois
deu uma sensação de impotência, incapacidade, inutilidade. Enfiei na cabeça que
agora eu queria ser mãe de todo jeito, mesmo que para isso eu arriscaria minha
vida. Foi então que minhas lindas irmãs me ofereceram um lindo presente,
emprestar a barriga delas para gerar meu filho com o Re. Isso me emocionou
tanto, mas ao mesmo tempo me entristeceu, porque eu quero ver minha barriga
crescer, quero sentir um bebe dentro de mim mexendo, amamentar.
Você não querer
ser mãe é uma coisa, agora você não poder ser, é outra totalmente diferente e
isso mexeu muito comigo.
Pensei na possibilidade de adoção, fui
até a vara de infância e marquei horário para reunião de adoção, que é o
primeiro passo. Todos falaram para eu esperar, para depois do transplante, mas
não, eu quero e quero agora. Conclusão, no dia da reunião, acabei me enrolando
no serviço, cheguei atrasada e não deixaram a gente entrar, logico que o Renato
ficou puto da vida comigo. Ele sempre participando das minhas insanidades. A
moça do juizado viu meu desespero e veio falar comigo, dizendo que
Deus escreve certo por linhas tortas e que talvez o atraso tenha acontecido
justamente porque aquele não seria o melhor momento para eu adotar uma criança.
Nossa, deu um arrepio em mim quando a moça me disse aquilo e cai na real,
realmente não tenho condições de ter um filho agora, porque farei uma cirurgia
de grande risco e depois vou precisar de cuidados, como cuidarei de um filho?
Claro que minha mãe, meu marido, minhas irmãs e algumas amigas, falaram que agora não era hora de eu pensar em adoção, e é claro que eu ignorei
tudo que me falaram. Quando eu quero, eu quero AGORA!
De toda forma, isso me fez pensar na adoção e decidimos,
quando tudo isso passar, adotar um bebe, e não vamos escolher nada, será um
presente de Deus para nós. Tantas crianças no mundo que infelizmente foram
abandonadas por vários motivos e não tem uma oportunidade de ter uma família!
Depois dessa decisão, meu médico disse que após dois anos do
transplante, posso tentar engravidar, basta trocar os remédios. Teremos dois
filhos, um do coração e outro da barriga! Tudo tem seu tempo e a hora de acontecer.
Os pesadelos.
Tempos difíceis quantas noites sem dormir, quantos
pesadelos. Não tive mais sonhos, só pesadelos, enlouqueci e até cheguei a
pensar em por um fim em tudo isso. Em um dos sonhos, me via em uma mesa de
alumínio muito gelada e os médicos me cortando e eu olhei para o lado e vi um
fígado, igual fígado de boi mesmo, em uma bacia, e tinha muitos bichos comendo
ele, que horror! Em outro sonhei que estava morta e todos os familiares e
amigos no meu velório e eu tentava falar que queria sair daquele lugar e ninguém
me escutava. Teve um que sonhei que meu marido estava com outra mulher, linda
por sinal e vivia feliz (que bom!) e ela podia dar um filho a ele, e eu estava
viva, mas fui abandonada por não poder engravidar e estava horrível, não que eu
seja linda, mas eu tinha várias cicatrizes enormes em meu rosto, muito feia
mesmo parecia àqueles monstros de filmes. Quantas noites acordei assustada e
chorando com esses meus pesadelos. Que medo!!!
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Primeira consulta Albert Einstein (Janeiro/2012)
Conheci meu medico, Dr. Guilherme Felga, aquele que vai me dar uma
nova vida, agora só tenho anjos ao meu lado, ele é uma benção na minha vida!
Fui à primeira consulta com um caderno de perguntas, já que
tenho uma doença, tenho que saber tudo dela, e quero saber de tudo, de cor e
salteado, tudo de bom e tudo de ruim.
Na primeira consulta ele já falou sobre o transplante,
explicou tudo, como funciona, o que é MELD, além do que eu já sabia, da
raridade da minha doença. Se bem que pra ele não é tão raro assim, porque já
tiveram algumas pessoas com essa doença lá, poucas, mas tiveram.
MELD é uma pontuação que toda pessoa que esta na fica de
transplante tem, a lista é publica para todos que estão na fila.
Não existe muita pesquisa sobre minha doença, não se sabe a
probabilidade real dos tumores virarem malignos, estourarem ou simplesmente ficarem
como estão e eu viver com isso muito bem até o dia que eu morrer. Diante dessas
dúvidas e incertezas, a melhor opção na opinião do meu medico, é o transplante.
Depois de todas as explicações, perguntas e mais perguntas.
Ouvi o seguinte: “- Você que vai decidir se vai fazer o transplante ou não. Você
pode esperar e continuar com esses nódulos, fazer acompanhamento e se piorar a
gente vê o que faz, mas pode tirar esse fantasma da sua vida e fazer o transplante,
mas isso é você quem decide, apenas você.”
Ficar com esse fantasma e conviver com a hipótese dos
tumores virarem malignos ou estourar um deles dentro de mim não dá, não posso
viver com isso, não quero correr risco e pensar na hipótese disso virar câncer. Alias, morro de medo dessa palavra, isso me assusta e preocupa,
viver com isso não é fácil, e saber que meus tumores podem virar malignos, me
deixa muito mais nervosa ainda. Não vou e não posso correr esse risco. Minha vida é muito
valiosa!
Fui para casa pensar em tudo que o meu medico disse. Pedi
opinião e mais opinião, pra gente leiga e outros médicos, para família e
amigos. Fiquei varias noites sem dormir, e foi ai que decidi em fazer o
transplante. Pensei bastante, e apesar do medo de morrer, ainda tenho uma
chance para minha vida e quero logo tirar esse pesadelo da minha vida!
Minha mãe colocou uma musica para eu escutar, é disso que eu preciso....mãe sabe de tudo mesmo!!! Te amo!!!!
Adivinha se não chorei quando escutei pela primeira vez?!
Não vou desistir...os sonhos de Deus jamais vão morrer... recebe a cura!!!! Lindo, lindo, lindo!!!!!
domingo, 29 de abril de 2012
Procurando a Cura
Aqui se inicia a correria para descobrir a causa, ou melhor, a
cura da minha doença.
Gastei muito dinheiro com isso. Adoro gastar, tenho o dom de
gastar, gosto de comprar, acho que estou na profissão certa: COMPRADORA, mas
gastar com médico, exames e remédios, isso é péssimo! Uma merda mesmo! Melhor
seria gastar com sapatos, bolsas e viagens!!!! Nem tudo é como queremos.
Fiquei 4 meses de licença do meu serviço, em parte foi bom,
para eu ter tempo de ir a vários médicos a qualquer hora e dia, e me dedicar só
nisso! Mas por outro lado foi ruim, sou muito ativa e não consigo ficar parada.
Nesse período tive apoio de muita gente. Amo meus amigos, amo minha vida, amo minha família,
só tenho a agradecer por ter pessoas tão maravilhosas em minha vida. Cada uma à sua forma, mas todos muito especiais e essenciais em minha vida! Que bom que Deus
me permitiu isso!
Essa parte da historia considero muito desgastante, fui a
muitos médicos em Campinas e SP, e todos falavam que era uma doença rara, que tem poucos estudos sobre isso, que não sabem a causa e muito menos a cura, teve um
medico que disse que só tinha cerca de 30 casos publicados dessa doença no
mundo todo. Fiz vários exames, sem falar nas pesquisas do Dr Google. Mandei
email até para um médico do Canadá.
Com o resultado da biopsia em mãos, fui ao meu gastro e percebemos em seus olhos a surpresa no resultado, certamente ele esperava algo bem pior. Ainda bem, rsrs!
Com o resultado da biopsia em mãos, fui ao meu gastro e percebemos em seus olhos a surpresa no resultado, certamente ele esperava algo bem pior. Ainda bem, rsrs!
Ele pesquisou, ligou para seu pai, que também é médico, e me
encaminhou para uma medica em SP especializada em cirurgia de fígado.
A medica de SP também ficou surpresa e disse que não indicaria cirurgia devido ao tamanho dos nódulos, e que se crescesse muito, indicaria “queimar”
através de um processo cirúrgico. O recomendado foi acompanhar / monitorar o crescimento, através de exames.
Não era isso que eu queria, queria saber a causa e a cura. Não desisto fácil e
isso não seria a resposta para eu ficar calma e viver minha vida. Fui atrás de
outros médicos, mas nada ainda, sempre a mesma coisa: "acompanhar."
Foi quando o meu gastro indicou o irmão dele, hepato. E meu
hepatologista falou sobre a hipótese de transplante, logico que quando escutei
essa palavra, fiquei apavorada e foi ai que comecei a andar com a palavra medo constantemente
ao meu lado. Tinha que correr, meus nódulos estavam crescendo, em agosto
um deles estava em 3 cm, em dezembro foi para quase 8 cm, mesmo que o processo seja lento, não quero ficar com isso em mim e não ficaria sossegada pensando nisso.
Descobri que tenho uma doença rara, mas isso não bastava,
quero saber mais. Pra mim é tudo ou nada, não gosto de meio termo, ou tenho
tudo ou não tenho nada!
Foi ai que apareceu um anjo na minha vida: Dr. Eduardo, meu
endocrinologista. Esse sim é um anjo, sem ele não estaria hoje na fila de
espera de um dos melhores hospitais do mundo.
Deixei com o Dr. Anjo todos meus exames e ele levou para a
equipe de transplantes do hospital Albert Einstein e conseguiu uma carta de
encaminhamento.
O hospital é particular e o único procedimento realizado lá pelo SUS é o transplante. Para conseguir um encaminhamento a primeira coisa
a fazer é ir a um posto de saúde e solicitar a um especialista, e
se o especialista verificar que seu caso é mais complicado, ele encaminhará uma
carta para atendimento no hospital Albert Einstein.
Fico triste pelas pessoas que não tem acesso a essas
informações e dependem exclusivamente do sistema SUS, não que ele não funcione,
mas perde-se um precioso tempo entre consultas e encaminhamentos. Em grande
parte dos casos, esse tempo acaba sendo vital para o tratamento e a procura da
cura.
No meu caso, fui encaminhada por um medico do meu convenio,
que conhece o sistema de transplante do Einstein e que fez o processo ser mais
rápido.
Sinto-me privilegiada, e sou grata a isso, foram 6 meses
procurando a cura e graças ao meu anjo, hoje estou na fila de transplante. Acho
que se eu agradecer o resto da minha vida, nada pagará o que ele fez por mim.
Um dia, em uma das consultas fui agradecê-lo e ele disse que não fez nada.
Claro que fez, ele salvou minha vida, ou pelo menos me deu uma expectativa, uma
esperança de cura. Um anjo mesmo, que Deus enviou para mim!
terça-feira, 24 de abril de 2012
O diagnóstico
O dia que recebi alta, minha irmã mais nova, Denise, foi buscar
o resultado da biopsia. Ela entrou no quarto chorando e gritando que era
benigno, são tumores, mas todos benignos, isso sim é um milagre. Eu acredito nisto,
recebi uma benção de Deus. Acredito que Deus tenha me ouvido, não falo de religião,
falo da fé, do sentir alívio no peito e respirar fundo, sorrir e sentir que
algo maior que tudo está ao seu lado - Deus. Não importando todas as vezes que
duvidei, xinguei e briguei com Deus, ele sempre esteve ao meu lado.
Ainda sim,
sou meio “São Tome”, tenho meus momentos de não acreditar, mas aos poucos vou
aprendendo.
Nada na vida é por acaso e tudo isso que estou passando, com
certeza servirá para alguma coisa, tudo tem um propósito! Acredito em várias
coisas e tenho muitas dúvidas, talvez, com um conhecimento maior posso “descobrir”
alguma religião que eu me enquadre, que eu goste, não o que a sociedade impõe,
mas que eu encontre a paz.
Agora sei o nome da minha doença: ADENOMATOSE MULTIPLA. Tenho
uma doença rara e são mais de 40 tumores BENIGNOS em meu fígado! Precisava correr atrás da cura da minha doença e fui a muitos médicos, muitos mesmo.
Sou uma peça rara mesmo, até na doença fui ter algo incomum! ;)
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Complicação da biópsia
Após o exame, você fica em observação e se estiver tudo
certo é dispensada. Fui para minha casa e fiquei de repouso. No sábado pela
manhã, estava sentada no sofá e tomando café, foi ai que senti uma dor
tremenda, como nunca senti dor igual. Parece que algo vai estourar em você! Péssimo.
Chamei meu marido e ele correu comigo para o hospital. Só
lembro que passamos por um comando e o Re falou que eu estava mal e que
precisava chegar ao hospital. Depois disso não me lembro de mais nada, apenas
da dor que senti. Cheguei ao hospital com sangramento interno e fui internada. Após
um surto do meu marido e praticamente ter “arrancado” o médico da sala, fui
medicada. Passou um pouco e comecei a delirar. Acho que foi de tanta dor, remédio
forte, sei lá.... mas disseram que delirei! Fiz varias tomografias, ressonâncias e
como pode acontecer em alguns casos de biopsia por punção, tive hemorragia interna,
perdi 750 ml de sangue e fiquei em observação por 10 dias.
Por melhor que seja
o hospital, é horrível ficar internada e sem saber o que realmente você tem.
Confesso que me desesperei várias vezes, aliás, várias não, fiquei mais tempo apavorada do que calma. Não conseguia dormir e comecei tomar remédio para
dormir, tive que tomar, impossível ficar naquele lugar e conseguir dormir
direito, na verdade, não é o lugar e sim a situação do desconhecido, do não saber.
Isso é angustiante, mas passou... ufa...
Lá no hospital recebi tantas visitas, fiquei tão feliz,
pessoas que vieram de longe só para me ver, para me dar um oi e uma palavra de
apoio. Não vou cita-las, é muita gente! Descobri como sou querida e amada! É ...
realmente sou querida e amada e agradeço a Deus todos os dias por ter
proporcionado a alegria de me dar uma família e amigos lindos!
Fiquei tão encanada com minha doença que todo mundo que
chegava eu perguntava se estava amarela. Que isso... mal sabia que num futuro,
não tão distante, eu saberia o que realmente é uma pessoa amarela.
Tive varias crises de dor, e como não parava minha hemorragia, fiz duas transfusões de sangue e uma de plaquetas (acho que é
isso, um liquido amarelo). Assustei quando o medico falou que teria que
“transferir bolsa”. Puts que medo, mas acho que foi porque nunca tinha feito
isso antes. Tive mais crises de dor e com os dias passando a hemorragia foi
parando. Todos, assim como eu, ficaram muito preocupados, mesmo porque eu ainda
não tinha o resultado de minha biopsia.
Nesse período meu marido, lindo... amo esse homem! Ele
assumiu o cargo de um concurso que tinha passado, foi chamado bem nessa época.
Sempre assim, ele muda de serviço e eu fico doente, mas agora ele prometeu que
não vai mudar tão cedo! rsrsrs
Ele viajava todos os dias, chegava ao hospital por volta das
20h30 e ficava comigo até 23h30, todos os dias. Depois ia para casa para dormir
e acordar às 5h da madrugada. Tadinho, ele sofreu junto comigo e ainda por cima
tinha que ser firme para o novo emprego.
Minha mãe ficou comigo todos os dias, mãe só pode ser coisa
divina mesmo. Não existe nada melhor que mãe e a minha é a melhor de todas!
Em alguns momentos eu chorava. Na verdade, chorava mais do
que deveria. Chorava muito e imaginava que algo ruim iria acontecer comigo, que
Deus me castigou e não acreditava em nada.
Foi quando minha mãe sentou ao me lado e disse para eu pedir
a Deus o que eu quisesse, e eu olhei pra ela chorando e disse: Deus não vai me
escutar, nunca peço nada, nunca agradeço nada e agora na minha dor vou pedir o quê?
Ele não vai me escutar. Minha mãe falou para eu pedir mesmo assim e que ela
tinha certeza que ele me ouviria, pelo menos para tirar minha angustia e meu aperto
no coração. E assim eu fiz, pedi com toda minha cara de pau e isso eu tenho
mesmo! Então pedi, rezamos juntas e acredito que ele me escutou, ou pelo menos,
naquele momento, dormi tranquila e sem meus pensamentos ruins e deprimentes. Me senti
melhor, bem melhor!
Quando passamos por certas coisas, aprendemos a dar valor em detalhes tão pequenos que antes não teriam sentido para mim.
domingo, 22 de abril de 2012
A descoberta
Fui a uma geneticista e contei a historia de quatro anos
atrás sobre os nódulos, e ela pediu alguns exames.
Em uma sexta-feira fui fazer exames e em um deles, um
simples ultrassom, que veio tudo a tona!
Aquele jeito que a medica me olhou, me deixou em desespero,
parecia que ela sentia pena e estava se despedindo, sei lá, foi muito esquisito,
ela assustou e disse: “- MEU DEUS!”
Nesse momento,
perguntei o que tinha acontecido e ela ficou sem fala por um tempo, o que me
deixou mais nervosa! Disse: “- NUNCA vi algo igual, você tem vários nódulos no
seu fígado, incrível!”
Pra mim, o mundo caiu inteiro em cima de mim e foi o dia que realmente tive a certeza que não tinha nem um pouco de fé em Deus e que não era tão otimista como imaginava ser.
Entrei em desespero e não segurei... chorei e muito... pensei, agora já era!
Pra mim, o mundo caiu inteiro em cima de mim e foi o dia que realmente tive a certeza que não tinha nem um pouco de fé em Deus e que não era tão otimista como imaginava ser.
Entrei em desespero e não segurei... chorei e muito... pensei, agora já era!
A secretaria da médica veio dar agua para me acalmar e já
ligou para vários médicos, o que me atendeu foi o mesmo há quatro anos, que
imediatamente pediu tomografia e ressonância. Só consegui fazer na
segunda-feira. Como demorou a passar esse final de semana, parecia que o
relógio parou. Não fiz nada, fiquei sentada... esperando e esperando os dois
dias mais longos passarem.
O resultado chegou e claro corri para o médico. No resultado
estava escrito neoplasia, já corri ao Dr. Google e adivinha o que vi? Só coisas ruins e me desesperei.
A partir dai me especializei no Dr. “Google”, não façam isso...
fiz e me dei mal! O pior que sempre
escutei: ‘’- não adianta pesquisar na internet, o medico que saberá o que fazer!”
Sempre fui muito teimosa e nunca escutei ninguém, a não ser a minha mente,
insana às vezes!
O médico marcou uma biopsia urgente, por punção. http://www.pro-figado.com.br/conteudo/publicacoes.asp?id=319
Na sexta-feira, fui ao hospital para fazer a biopsia, estava
muito preocupada, não com o exame, mas sim com o resultado. O exame foi tranquilo, doeu um pouco à anestesia
(local), mas depois não senti dor, apesar de sentir a agulha entrando em minha
barriga, que medo!
O começo
Em 2007 quando resolvi mudar para
Campinas e acompanhar meu marido, fiz um check up, pois perderia meu convenio
medico. Um dos exames era ultrassom no abdômen e nessa época já apareciam
alguns nódulos, bem pequenos e indefinidos. Apos várias visitas em médicos, alguns muito bons outros nem tanto, resolvi mudar de vez de cidade e deixar meu
convenio. Fui à outra médica em Campinas e ela falou que eu tinha nódulos de
gordura no fígado e caso eu perdesse alguns quilos, isso resolveria o problema
e sumiria todas as "bolinhas". Foi o que eu queria ouvir na época, não
fui mais a medico algum e fiquei quatro anos vivendo uma vida normal.
Nesses quatro anos mudei de cidade, larguei meu emprego, comecei um novo emprego, uma nova vida, novas amizades. A mudança de cidade foi ótima, novos ares... sempre com o aperto no coração de deixar a família e os velhos amigos. Amigos não são conquistados do dia para a noite e quando temos um amigo de verdade, não podemos deixar pra lá, temos que cultivar. Amigos são difíceis de ter e muito mais de se manter. Não fomos para longe, nos distanciou apenas 280 km e nada como visitar a família e os amigos. Toda mudança tem suas perdas, mas ganhos também! Nos aproximamos mais da outra parte da família, que antes a distancia dificultava um pouco e fizemos novos grandes amigos! Como casal, foi uma ótima experiência.
Nesses quatro anos mudei de cidade, larguei meu emprego, comecei um novo emprego, uma nova vida, novas amizades. A mudança de cidade foi ótima, novos ares... sempre com o aperto no coração de deixar a família e os velhos amigos. Amigos não são conquistados do dia para a noite e quando temos um amigo de verdade, não podemos deixar pra lá, temos que cultivar. Amigos são difíceis de ter e muito mais de se manter. Não fomos para longe, nos distanciou apenas 280 km e nada como visitar a família e os amigos. Toda mudança tem suas perdas, mas ganhos também! Nos aproximamos mais da outra parte da família, que antes a distancia dificultava um pouco e fizemos novos grandes amigos! Como casal, foi uma ótima experiência.
Um dia acordei com a vontade de
ser mãe, após sete anos de casada, esse sentimento despertou em mim! Nunca tive
essa vontade, e uma vez ouvi dizer, um dia você sentirá que está faltando
alguém no “meio” de vocês dois, para consolidar mais ainda o amor. Esse dia
chegou, alias, foi chegando, cada dia um pouquinho e até o dia que decidi que
essa seria uma boa hora.
Engraçado como pensamos em estar
preparadas para ter um filho. Prepara pra que? Financeiramente? Psicologicamente?
Isso tudo é em vão, porque a hora que você tem, não há como fugir, é a
realidade e toda preparação que queria ter, você aprende que só terá, quando
estiver com seu filho nos braços. Acredito que nessa hora, apenas nesse
momento, seus conceitos mudam.
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